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NAS POSTAGENS A SEGUIR, EXPERIÊNCIAS DE VIAGENS, DICAS DE LUGARES INTERESSANTES, NOSSAS PESQUISAS E OBJETOS

domingo, 28 de junho de 2009

A Mulher Gato do Carandirú.



Apesar dos 300 Kg de dinamite usados em sua implosão em 2002, do Presídio do Carandirú ainda restam alguns muros, fragmentos de construções arruinadas, torres lúgubres e uma sólida e triste memória.






Mas passando por ali, olhando para o lado oposto dessas ruinas (mapa), você pode encontrar mais uma pérola do kitsch urbano de São Paulo. Em frente ao enorme vazio do presídio semi demolido, está a grande loja de móveis "Sylvia Design". O interessante não está exatamente no mar de mesas, sofás e armários de certo desenho... bem... digamos... (deixa pra lá, afinal tem quem ame jaca assada), mas na enorme placa da fachada divulgando o lugar.







Com deliciosa imodéstia, Sylvia, dona do negócio (e de mais quatro assim), está estampada nessa placa como a Mulher Gato, numa pose provocante, pronta para o bote. Com sorriso duvidoso, algo entre o devorador e o sarcástico, veste uma negra roupa de látex justa, botas pontudas, luvas insinuando perigosas garras, Bat-Girl no melhor estilo Sexy Shop bem trash.





Numa dupla imagem espelhada, semi deitada medindo dezenas de metros de comprimento, ela não está nem aí para as leis de Cidade Limpa (sobre esse assunto o fotógrafo Tony de Marco tem registros interessantes da transição do excesso de outdoors para o nada).

Afinal ela é uma super heroína e pode tudo. De certa forma uma heroína dúbia. A Mulher Gato, aquela de antigamente, dos seriados de TV, era meio bandida, dava a impressão que queria devorar tudo (e principalmente todas) que encontrava pela frente. Até o Batman, que todo mundo sabe que naquele seriado preferia o Robin, ela tentava ...





Imitando Sylvia, se o Estudio Manus tivessemos esse tipo de divulgação em nossa modesta fachada, acho que os Super Heróis escolhidos seriam "Homem e Mulher Invisíveis", e mesmo assim só as cabeças dependuradas, o corpo inteiro não caberia ali...






Mas falando em Super Heróis, cabe lembrar do grande National Kid. Quem não teve a sorte de ser criança que assistia TV nos anos 60, não o conhece. Era um herói em preto e branco, num seriado japonês interminável. Num ambiente de subúrbio de Tokio, árido e plano com predinhos baixos e horríveis, o Bem era representado por crianças de várias alturas vestidas com uniformes de escola e pelo Sr. Honda (ou professor Massao?), único adulto do Bem. O Mal eram os Seres Abissais, uma turma que saia da boca de um gigantesco peixe das profundezas, o assustador Celacanto das antenas luminosas, e pelos Incas Venusianos, que vestiam uma espécie de fantasia de macaco com orelhas desproporcionais, que ao invés de voar podiam correr pelo ar. Sempre me pergunto se Incas + Venusianos é uma deturpação da tradução ou se alguém foi louco o suficiente para criar isso. Acho que haviam também outros representantes do Mal, mas eu esqueci.


Entre o Bem e o Mal, lá estava National Kid, na música de abertura era ''Nagionaurokidô", apenas com os poderes de voar e dar estrelas desajeitadas numas delicadas lutinhas com golpes sem violência, mas a memória daquela musiquinha de abertura e das aventuras absurdas nunca mais desgrudaram de mim.

Vários episódios do National Kid podem ser encontradas em DVD aqui.


Um comentário :

Unknown disse...

...um fato mais bizarro é que a tal loja Sylvia Design fica na rota de ônibus interestaduais que vão para o Terminal Tietê. Logo, virou "referência visual" em São Paulo! =P

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